sábado, 26 de março de 2011

Veja onde chegamos!!!

quarta-feira, 23 de março de 2011


Desordem moral,com as mulheres. É uma pena!!!
No que as mulheres se transformaram....ou permitem que pensem assim. Triste realidade
Uma análise da evolução da relação homem - mulher, através das músicas que marcaram época.
Vejam como os quarentões e cinquentões de hoje tratavam seus amores de ontem.

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Década de 30:
Ele, de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:

"Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada.
És formada com o ardor da alma da mais linda flor, de mais ativo odor, na vida é a preferida pelo beija-flor...."

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Década de 40:
Ele ajeita seu relógio Pateck Philips na algibeira,escreve para Rádio Nacional e, manda oferecer a ela uma linda música:

"A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua,costuma se embriagar. Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar"

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Década de 50:
Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa:

" Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça.
É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema.
É a coisa mais linda que eu já vi passar."

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Década de 60:
Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço,
ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:

"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você...."
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Década de 70:
Ele chega em seu fusca, com roda tala larga, sacode o cabelão,
abre porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas:

"Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar....
Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar...."

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Década de 80:
Ele telefona pra ela e deixa rolar um:

"Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias,luz das acácias, você é mãe do sol. Linda...."

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Década de 90:
Ele liga pra ela e deixa gravada uma música na secretária eletrônica:

"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?"

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Em 2001:
Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail:

"Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão!
Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te cortar na mão!
Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim, vou sim"!

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Em 2002:

Ele manda um e-mail oferecendo uma música:

"Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu!
As preparadas! Hu Hu Hu Hu!
As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!"

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Em 2003:
Ele oferece uma música no baile:

"Pocotó pocotó pocotó...minha éguinha pocotó!

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Em 2004:
Ele a chama p/ dançar no meio da pista:

"Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas!
Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!"

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Em 2005:
Ele resolve mandar um convite para ela, através da rádio:

"Hoje é festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rolar bunda lele!"

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Em 2006:
Ele a convida para curtir um baile ao som da música mais pedida e tocada no país:

"Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!!
Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim!"

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Em 2010:
Ele encosta com seu carro com o porta-malas cheio de som e no máximo volume:

" Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás.
Pra que você quer saber?
Eu sou o lobo mau, au, au
Eu sou o lobo mau, au, au
E o que você vai fazer?
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer"

ONDE FOI QUE NÓS ERRAMOS?
SERÁ QUE AINDA É POSSÍVEL PIORAR?
É APENAS MÚSICA!! MAS DA PIOR QUALIDADE!! E É REFLEXO DA EDUCAÇÃO, COM PAIS PERMISSIVOS/OMISSOS E NÓS, COMO GOVERNO, QUE DESPREZAMOS O ENSINO E PERMITIMOS QUALQUER TIPO DE PROGRAMA NA TV BRASILEIRA!!
Postada por Nailda Luz – http://www.nailda-luz@hotamil..com/

COMENTÁRIOS


As mulheres são as grandes culpadas por serem tratadas como animais irracionais. Nos anos 60 o jovem necessitava freqüentar as Zonas do Meretrício para ter relação sexual. Hoje em dia as mulheres se oferecem para ir à casa do namorado ¨dormir¨ com ele;

Antigamente os beijos eram trocados discretamente no escurinho do cinema. Hoje as mulheres se entregam à luz do dia aos beijos e abraços em plena via pública ao sol do meio dia! Logo estarão praticando sexo na rua, como cadelas no cio;

As mulheres de hoje, salvo raras exceções, cedem o corpo de graça. Outras se vendem como troféus a jogadores de futebol por exemplo.

A mulher deve se auto-valorizar;, deixar de ser simples depósito de esperma. Não culpem os homens porque eles, como verdadeiros cães vira-latas, não rejeitam osso!

José do Espírito Santo Domingues Ribeiro
espírito_santo1943@hotmail.com

domingo, 13 de março de 2011

JUIZ QUE MANDOU SOLTAR FILHO DE BIBINHO TEVE IRMÃ NO LEGISLATIVO

Improbidade administrativa

JUIZ QUE MANDOU SOLTAR FILHO DE BIBINHO TEVE IRMÃ NO LEGISLATIVO

13/03/2011 | 00:15 | Karlos Kohlbach e Katia Brembatti

Nomes da irmã de um juiz e o da sobrinha de um desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) foram omitidos da lista de funcionários da Assembleia divulgada em abril de 2009.

Na listagem não constavam os nomes de Andreia Maria Sanson Corat (irmã do juiz Pedro Sanson Corat, da Vara de Inquéritos Policiais de Curitiba) e Flávia Merheb Calixto Barbosa (sobrinha do desembargador do TJ Abraham Lincoln Merheb Calixto). As duas foram demitidas do gabinete da primeira-secretaria do Legislativo em 1.º de março de 2009. Andreia foi readmitida no mesmo gabinete um mês depois, em 30 de abril. E Flávia foi recontratada, também para a primeira-secretaria, em 29 de maio. A primeira-secretaria, na época, era comandada pelo deputado Alexandre Curi.

Saiba mais
Direção da Assembleia fraudou lista para esconder 72 servidoresJustus chegou a pedir a Deus que o iluminasse para não deixar nomes de foraMeses depois, em dezembro de 2009, o filho do ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho, foi beneficiado por uma decisão judicial de Pedro Corat. Bibinho é um dos denunciados pelo MP por fraudar a lista de servidores da Assembleia.

O empresário Eduardo Miguel Abib, filho do ex-diretor, foi preso em flagrante depois de se envolver num acidente de trânsito em Curitiba que terminou com a morte de quatro pessoas. A suspeita era que Eduardo havia furado o sinal vermelho, dirigia embriagado e em alta velocidade.

Pouco depois de um mês do acidente, Corat determinou a soltura de Eduardo. Na decisão, o juiz avaliou que os depoimentos das testemunhas eram contraditórios, não permitindo ter total certeza de que o motorista estava embriagado, em alta velocidade e que avançou o sinal. Corat desconsiderou o depoimento dos policiais que atenderam a ocorrência e que haviam relatado sentir o hálito etílico do empresário. A alegação do juiz foi a de que eles não viram o acidente acontecer.

Corat também considerou que o fato de Eduardo estar desnorteado, cambaleante e com vermelhidão no rosto e nos olhos pode não ter sido causado por embriaguez, mas pelo acionamento do air-bag do veículo que dirigia. A decisão de Corat foi questionada pelo MP. Mas o empresário acabou sendo libertado mesmo assim.

Procurado pela Gazeta do Povo, o juiz Corat informou que estava numa reunião em Brasília e não poderia falar com a reportagem naquele momento. Mais tarde, a Gazeta ligou novamente para ele, mas o celular estava desligado. Andreia Corat também foi procurada. A mãe dela passou o telefone do escritório onde Andreia trabalha, mas ninguém atendeu.

O desembargador Abraham Calixto confirmou por telefone o parentesco com Flávia Calixto. Ele informou que ela é uma parente distante e desconhece as atividades que a sobrinha desempenhava na Assembleia.

Flávia não foi encontrada para comentar o caso. A assessoria de Alexandre Curi informou que Flávia pediu exoneração em março e só foi recontratada em maio porque ela soube que estava grávida. Sobre a contratação e exoneração de Andreia, a assessoria do deputado não se manifestou. O advogado Eurolino Reis, que representa Bibinho, informou que ainda não tinha ciência do teor da denúncia e não poderia se manifestar.
Gazeta do Povo – 13/03/2011 – WWW.gazetadopovo.com.br – Diários Secretos – WWW.reclmando.com.br

sexta-feira, 11 de março de 2011

Corrupção é a maior vergonha de Rondônia diz procurador-chefe do MPF em ato da OAB


Quarta-Feira , 04 de Agosto de 2010 - 13:41

“A corrupção é a maior vergonha do nosso Estado”. Com essa afirmação o procurador-chefe do Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia, Reginaldo Pereira da Trindade, repudiou a ação dos maus políticos e destacou a iniciativa da Seccional Rondônia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RO) ao realizar o ato cívico pela ética na política, contra a compra de voto e o abuso de poder econômico.

Com discurso incisivo, Reginaldo Pereira, lamentou a forma nada republicana que alguns candidatos têm de conquistar voto. Referindo-se ao ato promovido pela OAB, o procurador federal destacou o árduo trabalho que a advocacia rondoniense vem realizando no combate à corrupção e pela maior conscientização do público eleitor. “Não se trata de tarefa singela, essa de combater uma ferida, um câncer tão resistente à cura e à cicatrização. Muito pelo contrário. É tarefa de Hércules. Conforta-nos bastante o fato de que as instituições no País estão cada vez mais fortalecidas e conscientes de seu papel na mudança”.

Reginaldo Trindade afirmou que a OAB Rondônia quebra o silêncio, se erguendo como um general no levante contra os maus políticos. “(...) não se deve temer tanto os crimes dos maus, que sempre ocorrerão. Deve-se temer sim, o silêncio perturbador dos bons. O silêncio que é rompido solenemente pela OAB-RO. Assim, louvamos e congratulamos, efusivamente, esta Seccional e todas as demais instituições que a ombreiam nesta empreitada”.

Sobre a lei da ficha limpa, o procurador fez um apelo ao TRE (Tribunal Regional Eleitora): “Rogo aos magistrados dos tribunais do País, em especial aos do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, que façam sua parte nesse movimento, que se espera irreversível, na eterna luta pela moralização das campanhas eleitorais”.

Corrupção é a maior vergonha de Rondônia diz procurador-chefe do MPF em ato da OAB
Quarta-Feira , 04 de Agosto de 2010 - 13:41
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“A corrupção é a maior vergonha do nosso Estado”. Com essa afirmação o procurador-chefe do Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia, Reginaldo Pereira da Trindade, repudiou a ação dos maus políticos e destacou a iniciativa da Seccional Rondônia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RO) ao realizar o ato cívico pela ética na política, contra a compra de voto e o abuso de poder econômico.

Com discurso incisivo, Reginaldo Pereira, lamentou a forma nada republicana que alguns candidatos têm de conquistar voto. Referindo-se ao ato promovido pela OAB, o procurador federal destacou o árduo trabalho que a advocacia rondoniense vem realizando no combate à corrupção e pela maior conscientização do público eleitor. “Não se trata de tarefa singela, essa de combater uma ferida, um câncer tão resistente à cura e à cicatrização. Muito pelo contrário. É tarefa de Hércules. Conforta-nos bastante o fato de que as instituições no País estão cada vez mais fortalecidas e conscientes de seu papel na mudança”.

Reginaldo Trindade afirmou que a OAB Rondônia quebra o silêncio, se erguendo como um general no levante contra os maus políticos. “(...) não se deve temer tanto os crimes dos maus, que sempre ocorrerão. Deve-se temer sim, o silêncio perturbador dos bons. O silêncio que é rompido solenemente pela OAB-RO. Assim, louvamos e congratulamos, efusivamente, esta Seccional e todas as demais instituições que a ombreiam nesta empreitada”.

Sobre a lei da ficha limpa, o procurador fez um apelo ao TRE (Tribunal Regional Eleitora): “Rogo aos magistrados dos tribunais do País, em especial aos do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, que façam sua parte nesse movimento, que se espera irreversível, na eterna luta pela moralização das campanhas eleitorais”.

Confira a íntegra do discurso do procurador-chefe do MPF


Senhoras e Senhores,

“A democracia brasileira, quiçá o mais importante valor que possuímos, está prestes a ser celebrada, mais uma vez, em eleições gerais.

O júbilo da ocasião contrasta com algumas formas pouco republicanas que alguns, infelizmente, ainda se valem para alcançar cargos eletivos.

A corrupção é a maior vergonha do nosso Estado.

Não se trata de tarefa singela – essa de combater uma ferida, um câncer tão resistente à cura e à cicatrização.

Muito pelo contrário. É tarefa de Hércules.

Conforta-nos bastante o fato de que as Instituições no País estão cada vez mais fortalecidas e conscientes de seu papel na mudança.

Aliás, não se deve temer tanto os crimes dos maus, que sempre ocorrerão. Deve-se temer, isso sim, o silêncio perturbador dos bons.
O silêncio é rompido nesta data. Solenemente.

Assim, louvamos e congratulamos, efusivamente, a Ordem e todas as demais

Instituições que a ombreiam nesta empreitada.
Senhores Candidatos.

Tenham bastante presente o tamanho e o peso da responsabilidade que Vossas Excelências assumem neste ensejo.

A campanha mal começou. Ainda há tempo para corrigir eventuais desvios.

A sociedade clama por isso.

Prova maior foi a aprovação da Lei da Ficha Limpa (ou suja, se preferirem), este interessante instrumento a serviço da cidadania e cuja gênese se deu na própria sociedade.

Considerando o espinhoso tema abordado – possibilidade de veto a candidaturas de políticos envolvidos e condenados por irregularidades – o normativo foi aprovado em tempo recorde.

Mas, de nada valerá o instrumento se a sua interpretação não estiver permeada da mesma sublime honestidade de propósito que lhe justificou a aprovação.

Isso mesmo. O Barão de Montesquieu já dizia de nada adiantar a feitura de boas leis. Boas Leis existem em todo lugar. Importa é saber se as leis serão cumpridas.

Assim, rogo aos magistrados dos tribunais do País, em especial aos do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, que façam sua parte nesse movimento, que se espera irreversível, na eterna luta pela moralização das campanhas eleitorais. Que os tribunais estejam à altura dos anseios da sociedade e da cidadania. Que não deixem a esperança germinada com a aprovação da Lei degenerar para frustração. Que não deixem a Lei da
Ficha Limpa servir apenas para demonstrar a boa-fé de todos aqueles que tanto batalharam para sua aprovação. Que não deixem, mais uma vez, o mal vencer.

Acredito piamente numa ideia e, por isso, ela me é sempre recorrente.
Cada Pessoa, cada Instituição precisa fazer sua parte. Só assim construiremos uma nação mais justa e igualitária.

Imagine se o procurador só ingressasse com a ação se tivesse certeza de que o juiz iria condenar o réu. Se o juiz só condenasse se tivesse certeza prévia de que o tribunal lhe confirmaria a sentença. Se o TRE de Rondônia só operasse a degola imposta pela Lei da Ficha Limpa se previamente tivesse que saber que o TSE e até o Supremo Tribunal compartilhariam de seu entendimento.

De modo algum há de ser assim.

Cada pessoa tem sua própria consciência. Os travesseiros são individuais. Assim, que cada pessoa de bem possa fazer sua parte e, ao término da jornada, possa recostar a cabeça no travesseiro e dormir o sono dos justos e honestos.
Como disse, é tarefa hercúlea a que se espera no combate à corrupção.

No entanto, a dificuldade da batalha não há de nos deixar esmorecer.
Ao reverso, quanto maior essa dificuldade, igual ou maior há de ser inspiração dos homens de bem deste Estado.
Precisamos urgentemente disso.

Nesses tempos escuros, em que o desalento parece querer assombrar a todos pela sucessão, tão trivial e corriqueira, de escândalos envolvendo casos de corrupção, precisaremos cada vez mais de entrega, dedicação e compromisso.

“A verdadeira medida de um homem”, disse Martin Luther King, “não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.
Às Instituições, todos nós temos que estar à altura do desafio”.

REGINALDO PEREIRA DA TRINDADE
Procurador da República
Procurador-Chefe
MPF/RO
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Enviada pela Internuta Nailda Luz – nailda-luz@hotmail.com


quarta-feira, 9 de março de 2011

BOCA-LIVRE OFICIAL





José do Espírito Santo Domingues Ribeiro
Parlamentar gastou R$ 30,3 mil num único restaurante em 2010

A ocasião faz a refeição. Tanto restaurantes simples e pequenos como os grandes receberam almoços ou jantares de parlamentares paranaenses em 2010. O deputado estadual Stephanes Jr. (PMDB), por exemplo, gastou boa parte da verba de gabinete no Restaurante Madalosso – com 4.645 lugares, ele é tido como o maior das Américas, e um dos maiores do mundo. Dos R$ 63.969,00 gastos pelos deputados no estabelecimento curitibano, R$ 30,3 mil foram do peemedebista.

Segundo a gerência de eventos do Madalosso, o local é muito procurado pelos deputados, pois os vários salões do restaurante comportam eventos de qualquer tamanho. O rodízio tradicional com massas, risoto e galeto custa em torno de R$ 30 por pessoa.

Por outro lado, Stephanes Jr. também teve gastos altos em restaurantes de pequeno porte. Ele apresentou uma única nota de R$ 4 mil no Restaurante Santa Papa, no bairro do Alto da XV, em Curitiba, em outubro. O sistema, de buffet self service, custa R$ 17,50 o quilo. De acordo com funcionários do restaurante ouvidos pela reportagem, assessores do deputado almoçavam diariamente no local, inclusive aos sábados.

O ex-deputado Antonio Anibelli (PMDB) também foi assíduo frequentador do Madalosso. Dos R$ 14.853 gastos por ele no restaurante em 2010, a maior parte se refere a três ocasiões entre outubro e novembro – o valor das notas foram de R$ 1.753, R$ 1.630 e R$ 1.250. Em Londrina, o deputado Teruo Kato (PMDB) fez duas despesas elevadas no Restaurante Taka, em dezembro: R$ 2.500,00 e R$ 1.600. O restaurante serve pe­­tis­­cos e também faz pratos mais elaborados sob encomenda, como paellas.

Veja mais no site www.reclamando.com.br
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Gazeta do Povo – 09.03.2011 – www.gazetadopovo.com.br

segunda-feira, 7 de março de 2011

MORRE, AOS 102 ANOS, O ANJO DE HAMBURGO

MORRE, AOS 102 ANOS, O ANJO DE HAMBURGO
Paranaense de Rio Negro, Aracy Carvalho era mulher de Guimarães Rosa. O escritor dedicou a ela a obra-prima Grande Sertão: Veredas


O que falar de uma mulher que arriscou a própria vida para salvar desconhecidos? Pelas mãos de Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa sobreviveram certamente mais de cem judeus que foram perseguidos pelo 3.º Reich de Adolf Hitler. Uma delas, Maria Margareth Bertel Levy, aos 102 anos, teve o privilégio de conviver com Aracy no Brasil até o último dia 21, quando faleceu aos 102 anos.
Margareth era como se fosse da família, pois só tinha Aracy e o filho dela como conhecidos e a quem poderia recorrer (o marido já havia falecido e os parentes morreram ainda durante a Segunda Guerra Mundial). Aracy estava tão ligada a Margareth que coincidentemente foi hospitalizada, também aos 102 anos, no dia seguinte à morte dela. Foi uma luta travada nos últimos cinco anos para sobreviver ao Alzheimer. Na madrugada da última quinta-feira, porém, por falência múltipla dos órgãos, a amiga de Margareth também partiu.

As duas moravam no mesmo bairro em São Paulo e eram assistidas pelo único filho de Aracy, Eduardo Carvalho Teff, 81 anos. “Elas tinham uma ligação espiritual muito forte. Nos tornamos a família desta senhora aqui no Brasil e minha mãe tinha um apego muito grande a ela. Pode ser coincidência [a morte das duas em data tão próximas], mas também um mistério da vida”, afirma.

Foi em Hamburgo, na Alemanha, que as amigas se encontraram. Margareth foi buscar ajuda no consulado brasileiro, onde Aracy trabalhava como secretária no setor de vistos, para tentar fugir: o marido ficou escondido em casa. Aracy não só conseguiu o visto aos dois para embarcar ao Brasil como também usou o carro com placa diplo­­mática para levá-los ao porto. A despedida foi nas escadas do navio e o reencontro aconteceu no Brasil, alguns anos depois.

Da mesma maneira, Aracy conseguiu embarcar outros vários judeus ao Brasil. Uma determinação do Itamaraty, imposta pelo então presidente Getúlio Vargas, durante o Estado Novo, proibia os judeus de entrar no país a partir de 1937. Sabendo disso, Aracy, como secretária, levava documentos para o diplomata assinar e no meio colocava os vistos de pessoas que pediram ajuda a ela. Os vistos saiam sem o J de judeu, o que ajudou bastante. Alguns ficavam escondidos na casa dela até o momento de sair do país, porque eles eram perseguidos também nas ruas.

Grande amor

Aracy teve a chance não apenas de salvar vidas no consulado, como também de encontrar seu grande amor. Foi lá que ela conheceu o seu segundo marido, o escritor João Guimarães Rosa, que dedicou a ela uma de suas obras mais famosas: Grande Sertão: Veredas. Ele era cônsul-adjunto do consulado brasileiro em Hamburgo. Ambos eram desquitados e começaram uma nova vida juntos.

“Esta paranaense de Rio Negro praticou o bem em condições extremamente desfavoráveis. Foram tantas as pessoas que ela permitiu viver que digo que ela tem um ato de humanismo incomparável”, afirma o presidente da B’nai B’rith, Leon Knopfholz. No ano passado a B’nai B’rith, entidade judaica, criou o prêmio “O anjo de Ham­burgo”, em homenagem a Aracy. São reconhecidas as pessoas que se dispõem a lutar contra o racismo das mais diversas maneiras. Ela também teve seu nome inscrito no Jardim dos “Justos entre as Nações” do Museu do Holo­causto de Israel.

“Minha mãe foi, na verdade, historicamente a expressão dos direitos humanos”, diz Teff. Além de salvar judeus, Aracy também deu asilo, no Brasil, ao compositor Geraldo Vandré, em 1968, quando ele foi perseguido pelos militares durante a ditadura.

Ela deixou quatro netos e oito bisnetos. Sua vida, ainda tão pesquisada, deve virar tema de um filme e de um livro biográfico, sem data para sair.
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Gazeta do Povo – 05/março/2011 – www.gazetadopovo.com.br

sábado, 5 de março de 2011

TRANSFORMAÇÃO DA AV. CÂNDIDO DE ABREU EM CALÇADÃO É UMA DECISÃO ABSURDA – 04.03.2011

Reclamante:
Nome Completo: JOSÉ VICENTE DA SILVA
E-mail: jvs_adv18380@hotmail.com
Cidade: Curitiba
Estado: PR
Conheceu: acaso
RECLAMADO: prefeitura, urbs e ippuc de curitiba
RECLAMAÇÃO:
O Prefeito devia circular de carro pela Rua Candido de Abreu para avaliar a possibilidade, a frota de veículo de Curitiba não é a mesma de quando Jaime Lerner calçou a Rua XV, se fosse hoje certamente ele não faria esta loucura. Para ver de helicóptero fica lindo o calção, mas para a população é inviável, tal obra terá a mesma insatisfação ocasionada pela Via Verde, dinheiro jogado fora, depois de feito não dá para desfazer. O estudo feito pelo IPUC e URBS não são confiáveis, pois são órgãos subservientes da Prefeitura, comandados por políticos o que lhes tira a seriedade, o assunto deveria ser tratado com mais seriedade com realização de estudo de órgão neutro e com pesquisa de opinião pública, afinal o prefeito é médico e o que fez alinha verde é "engenheiro" precisamos de urbanistas para planejar a cidade, gastem o dinheiro para evitar as enchentes que os turistas ficarão mais impressionados.
Cadastro recebido pelo sistema interno do site RECLAMANDO.

COMENTÁRIOS

Concordo plenamente com a crítica do internauta. A justificativa do Prefeito de que a Cândido de Abreu é uma região residencial é uma mentira! É desnecessário fazer uma pesquisa para se constatar que a maioria dos imóveis da citada artéria são de uso comercial.

O deslocamento para o Centro Cívico já é um caos. Imaginem o que será com a malsinada transformação. Ali estão situados vários órgãos públicos e o tráfego de veículos é intenso e caótico.

A Prefeitura deve investir em infra-estrutura básica, nos bairros principalmente. Aliás, não é somente a periferia que convive com buracos e falta de galerias pluviais. O Bairro Capão da Imbuia, só para citar um deles, está com as ruas principais intransitáveis. Danifiquei uma das rodas do meu carro numa das crateras da Rua Frederico Stadler.

No Bairro Rebouças, bem próximo do centro, na movimentadíssima Rua Desembargador Westephalen um caminhão tombou ao tentar desviar de uma cratera de 30 cm de profundidade. Ao tombar destruiu vários carros que estavam estacionados naquela rua.

A URBS precisa deixar também de proteger privilegiados, como aqueles moradores da Rua Desembargador Motta, defronte o Colégio Tiradentes, que usam o passeio como estacionamento particular e por outro lado, guincha um ou outro carro que inadvertidamente estaciona naquela rua.

José do Espírito Santo Domingues Ribeiro – espírito_santo@uol.com.br

quinta-feira, 3 de março de 2011

Envie sua dúvida sobre bullying para a pesquisadora Adriana Ramos




Adriana Ramos,
especialista em conflitos na escola

Envie sua dúvida sobre bullying para a pesquisadora Adriana Ramos

O bullying é uma das formas de violência que mais cresce no mundo. Caracterizado como atos intencionais, verbais ou físicos, feitos de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas, esse tipo de agressão gera muitas dúvidas em educadores e pais.

Durante o mês de dezembro, a pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do curso de pós-graduação “As relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral”, da Universidade de Franca (Unifran), Adriana Ramos, respondeu às questões sobre bullying nesta página.

Cyberbullying: a violência virtual

Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender
Beatriz Santomauro (bsantomauro@abril.com.br)

Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo.

Nesta reportagem, você vai entender os três motivos que tornam o cyberbullying ainda mais cruel que o bullying tradicional.

- No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.

- Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem.

- A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência.

Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut (rede social criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas) em que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo. "Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa."

Esse exemplo mostra como a tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente (veja as ilustrações ao longo da reportagem). A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima. "O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação do público", destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele chama a atenção para o fato de que há sempre três personagens fundamentais nesse tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia. Além disso, de acordo com Cléo Fante, especialista em violência escolar, muitos efeitos são semelhantes para quem ataca e é atacado: déficit de atenção, falta de concentração e desmotivação para os estudos (leia mais na próxima página).

Esse tormento permanente que a internet provoca faz com que a criança ou o adolescente humilhados não se sintam mais seguros em lugar algum, em momento algum. Na comparação com o bullying tradicional, bastava sair da escola e estar com os amigos de verdade para se sentir seguro. Agora, com sua intimidade invadida, todos podem ver os xingamentos e não existe fim de semana ou férias. "O espaço do medo é ilimitado", diz Maria Tereza Maldonado, psicoterapeuta e autora de A Face Oculta, que discute as implicações desse tipo de violência. Pesquisa feita este ano pela organização não governamental Plan com 5 mil estudantes brasileiros de 10 a 14 anos aponta que 17% já foram vítimas de cyberbullying no mínimo uma vez. Desses, 13% foram insultados pelo celular e os 87% restantes por textos e imagens enviados por e-mail ou via sites de relacionamento.

Quando se trata de bullying e cyberbullying, é comum pensar que há apenas dois envolvidos: a vítima e o agressor. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem fundamental: o espectador. Veja a seguir o que caracteriza a ação de cada um deles nos casos de violência entre os jovens.

Vítima
Costuma ser tímida ou pouco sociável e foge do padrão do restante da turma pela aparência física (raça, altura, peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola) ou ainda pela religião. Geralmente, é insegura e, quando agredida, fica retraída e sofre, o que a torna um alvo ainda mais fácil. Segundo pesquisa da ONG Plan, a maior parte das vítimas - 69% delas - tem entre 12 e 14 anos. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica e autora do livro Bullying: Mentes Perigosas na Escola, cita algumas das doenças identificadas como o resultado desses relacionamentos conflituosos (e que também aparecem devido a tendências pessoais), como angústia, ataques de ansiedade, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, além de fobia escolar e problemas de socialização. A situação pode, inclusive, levar ao suicídio. Adolescentes que foram agredidos correm o risco de se tornar adultos ansiosos, depressivos ou violentos, reproduzindo em seus relacionamentos sociais aqueles vividos no ambiente escolar. Alguns também se sentem incapazes de se livrar do cyberbullying. Por serem calados ou sensíveis, têm medo de se manifestar ou não encontram força suficiente para isso. Outros até concordam com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta. O discurso deles vai no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?" Aqueles que conseguem reagir alternam momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não é covarde ou quando percebe que seus agressores ficaram impunes, a vítima pode escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

Agressor
Atinge o colega com repetidas humilhações ou depreciações porque quer ser mais popular, se sentir poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, se sente satisfeito com a reação do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima. O anonimato possibilitado pelo cyberbullying favorece a sua ação. Usa o computador sem ser submetido a julgamento por não estar exposto aos demais. Normalmente, mantém esse comportamento por longos períodos e, muitas vezes, quando adulto, continua depreciando outros para chamar a atenção. "O agressor, assim como a vítima, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene.

Espectador
Nem sempre reconhecido como personagem atuante em uma agressão, é fundamental para a continuidade do conflito. O espectador típico é uma testemunha dos fatos: não sai em defesa da vítima nem se junta aos agressores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva ocorre por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido. "O espectador pode ter senso de justiça, mas não indignação suficiente para assumir uma posição clara", diz Luciene. Também considerados espectadores, há os que atuam como uma plateia ativa ou uma torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles retransmitem imagens ou fofocas, tornando-se coautores ou corresponsáveis.

Aprender a lidar com a própria imagem é o primeiro passo

Luciene Tognetta, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explica que por volta dos 10 ou 12 anos a criança passa a buscar, no convívio social, referências diferentes das que sempre recebeu em casa, dando continuidade ao processo de construção de sua personalidade. "Essa é a época de aprender a lidar com a própria imagem. Se essa criança se conhece e gosta de como é, consegue manifestar sentimentos e pensamentos de maneira equilibrada. Do contrário, pode sentir prazer em menosprezar o outro para se afirmar."

Logo em seguida, juntamente com a entrada na adolescência, vem a necessidade de pertencer a um grupo. Nesse momento, basta sair um pouco do padrão (alto, baixo, gordo, magro) para ser provocado. Foi o que aconteceu com Aline, 14 anos. Ela recebia mensagens de uma colega falando que estava gorda. A agressora, que a ameaçava e a proibia de contar sobre essas conversas, mandava também dietas e dizia que, caso não perdesse peso, iria apanhar. A professora das duas lembra: "Ela fez de tudo para agradar à colega e seguiu as indicações porque sentia medo. A escola e os pais só desconfiaram que havia algo de errado porque perceberam uma mudança repentina no comportamento da vítima".

Algumas escolas já estão cientes de que é preciso um acompanhamento permanente para afastar as agressões do cotidiano. A EM Fernando Tude de Souza, no Rio de Janeiro, por exemplo, atacou o problema com atividades que buscam garantir o bom relacionamento entre os estudantes. "Reuniões conjuntas com pais e alunos e um olhar atento ao comportamento dos jovens dentro e fora de sala de aula precisam entrar no planejamento", afirma a coordenadora pedagógica Tânia Maselli Saldanha Leite (leia no quadro abaixo as principais ações que toda escola pode adotar, tanto para prevenir o problema como para combatê-lo, quando o caso já se tornou público).

Prevenção e solução nas mãos da escola

De acordo com os especialistas, a escola precisa encarar com seriedade as agressões entre os alunos. O cyberbullying não pode ser visto como uma brincadeira de criança. A busca pela solução ou pela prevenção inclui reunir todos - equipe pedagógica, pais e alunos que estão ou não envolvidos diretamente - e garantir que tomem consciência de que existe um problema e não se pode ficar omisso. Veja, a seguir, ações ao alcance das escolas.

- Como prevenir
Ensinar a olhar para o outro Criar relacionamentos saudáveis, em que os colegas tolerem as diferenças e tenham senso de proteção coletiva e lealdade. É preciso desenvolver no grupo a capacidade de se preocupar com o outro, construindo uma imagem positiva de si e de quem está no entorno.

Deixar a turma falar Num ambiente equilibrado, o professor forma vínculos estreitos com os estudantes, que mostram o que os deixa descontentes e são, de fato, reconhecidos quando estão sofrendo - o que é diferente de achar que não há motivo para se chatear.

Dar o exemplo Se a equipe da escola age com violência e autoritarismo, os jovens aprendem que gritos e indiferença são formas normais de enfrentar insatisfações. Os professores sempre são modelo (para o bem e para o mal).

Mostrar os limites É essencial estabelecer normas e justificar por que devem ser seguidas. Às vezes, por medo de ser rígidos demais, os educadores deixam os adolescentes soltos. Mas eles nem sempre sabem o que é melhor fazer e precisam de um norte.

Alertar para os riscos da tecnologia O aluno deve estar ciente da necessidade de limitar a divulgação de dados pessoais nos sites de relacionamento, o tempo de uso do computador e os conteúdos acessados. Quanto menos exposição da intimidade e menor o número de relações virtuais, mais seguro ele estará.

Ficar atento Com um trabalho de conscientização constante, os casos se resolvem antes de estourar. Reuniões com pais e encontros com grupos de alunos ajudam a evitar que o problema se instale.

- Como resolver
Reconhecer os sinais Identificar as mudanças no comportamento dos alunos ajuda a identificar casos de cyberbullying. É comum as vítimas se queixarem de dores e de falta de vontade de ir à escola.

Fazer um diagnóstico Uma boa saída é realizar uma sondagem, aplicando questionários para verificar como os alunos se relacionam - sem que sejam identificados. As informações servem de base para discussões sobre como melhorar o quadro. Quando os alunos leem, compartilham histórias e refletem sobre elas, ficam mais comprometidos.

Falar com os envolvidos Identificados os indícios, é hora de conversar com a vítima e o agressor em particular - para que não sejam expostos. A escola não pode legitimar a atuação do agressor nem puni-lo com sanções não relacionadas ao mal que causou, como proibi-lo de frequentar o intervalo. Se xingou um colega nos sites de relacionamento, precisa retirar o que disse no mesmo meio para que a retratação seja pública. A vítima precisa estar fortalecida e segura de que não será mais prejudicada. Ao mesmo tempo, o foco deve se voltar para a recuperação de valores essenciais, como o respeito.

Encaminhar os casos a outras instâncias Nas situações mais extremas, é possível levar o problema a delegacias especializadas em crimes digitais. Para que os e-mails com ameaças possam ser tomados como prova, eles devem ser impressos, mas é essencial que também sejam guardados no computador para que a origem das mensagens seja rastreada. Nos sites de relacionamento, existe uma opção de denúncia de conteúdos impróprios em suas páginas e, em certos casos, o conteúdo agressivo é tirado do ar
Mesmo quando a agressão é virtual, o estrago é real

O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia - até para conceder entrevistas, como fez Ana, 13 anos, que contou sua história para esta reportagem via MSN (programa de troca de mensagens instantâneas). Ela já era perseguida na escola - e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar "amigos" em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o aceso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são "nojenta, nerd e lésbica". Outros textos dizem: "Você deveria parar de falar com aquela piranha" e "A emo já mudou sua cabeça, hein? Vá pro inferno". Ana, é claro, fica arrasada. "Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam." A escola e a família da garota têm se reunido com alunos e pais para tentar resolver a situação - por enquanto, sem sucesso.

Pesquisa da Fundação Telefônica no estado de São Paulo em 2008 apontou que 68% dos adolescentes ficam online pelo menos uma hora por dia durante a semana. Outro levantamento, feito pela ComScore este ano, revela que os jovens com mais de 15 anos acessam os blogs e as redes sociais 46,7 vezes ao mês (a média mundial é de 27 vezes por semana). Marcelo Coutinho, especialista no tema e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que esses estudantes não percebem as armadilhas dos relacionamentos digitais. "Para eles, é tudo real, como se fosse do jeito tradicional, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio."

No cinema, essa overdose de tecnologia foi retratada em As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky. A fita conta a história de dois irmãos que passam por mudanças no relacionamento com os pais e os colegas. Boa parte da trama ocorre num colégio particular em que os dois adolescentes estudam. O cyberbullying é mostrado de duas formas: uma das personagens mantém um blog com fofocas e há ainda a troca de mensagens comprometedoras pelo celular. A foto de uma aluna numa pose sensual começa a circular sem sua autorização.

Na vida real, Antonio, 12 anos, também foi vítima de agressões pelo celular. Há dois meses, ele recebe mensagens de meninas, como "Ou você fica comigo ou espalho pra todo mundo que você gosta de homem". Os amigos o pressionam para ceder ao assédio e, como diz a coordenadora pedagógica, além de lidar com as provocações das meninas, ele tem de se justificar com os outros garotos.

Online, o agressor pode agir sem que precise se identificar

A terceira principal marca do cyberbullying é a possibilidade de o agressor agir na sombra. Ele pode criar um perfil falso no Orkut ou uma conta fictícia de e-mail (ou ainda roubar a senha de outra pessoa) para mandar seus recados maldosos e desaforados. Paulo, 19 anos, teve sua foto publicada sem autorização na internet durante três anos (a imagem era uma montagem com seu rosto, uma boca enorme e uma gozação com um movimento que fazia com a língua). Ele nunca conseguiu descobrir quem eram seus algozes. "Eu não confiava mais em nenhum dos meus colegas", lembra. Seu desempenho escolar caiu e ele foi reprovado. Pediu transferência, mas, mesmo longe dos agressores, ainda sente os efeitos da situação. Toma medicamentos e tem o acompanhamento de um psicólogo. Tudo indica que os que o atazanavam na sala de aula estavam por trás do perfil falso.

E essa situação é totalmente nova na comparação com o bullying tradicional. Para agredir de forma virtual, não é necessário ser o mais forte, pertencer a um grupo ou ter coragem de se manifestar em público, no pátio da escola ou na classe. Basta ter acesso a um celular ou à internet. Por isso, muitos desses novos agressores nem sabem dizer por que fazem o que fazem. Na pesquisa da ONG, metade deles respondeu a essa pergunta com frases como "foi por brincadeira", "não sei" e "as vítimas mereciam o castigo". Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia da Informática, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), diz que, "no bullying cara a cara, o agressor vê que a humilhação faz efeito porque a vítima sofre em público. Agora, basta imaginar esse sofrimento para o jovem se sentir realizado com a provocação virtual". Num ambiente em que essa dinâmica se instala, está claro que as relações não estão construídas com base em valores sólidos. Por isso, trabalhar para que o cyberbullying deixe de fazer parte da rotina é uma tarefa de toda a equipe escolar.

Reportagem sugerida por 11 leitores: Anderson Abreu, Campo Largo, PR, Cássia Santos Virgens, Salvador, BA, Eder Silva, Barretos, SP, Edgard Fraga Moreira da Silva, Jaú, SP, Estela Santos, São Paulo, SP, Jeice Miranda, Porto Alegre, RS, Luzia Marta de Abreu Rangel, Belo Horizonte, MG, Marcia Christianni Freitas, Ribeirão da Neves, MG, Nara Santos Lima, Rondonópolis, MT, Rafaela Rodrigues Pimetel Servilha, São Paulo, SP, e Tainá Borghi, Salvador, BA

*Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados.

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CONTATOS
Aramis Lopes
Cléo Fante
EM Fernando Tude de Souza, tel. (21) 3137-8407
Luciana Ruffo
Luciene Tognetta
Marcelo Coutinho
Maria Tereza Maldonado

BIBLIOGRAFIA
A Face Oculta, Maria Tereza Maldonado, 96 págs., Ed. Saraiva, tel. (11) 3933-3366, 25,50 reais
Bullying: Mentes Perigosas na Escola, Ana Beatriz Barbosa Silva, 189 págs., Ed. Fontanar, tel. (21) 2199-7824, 33,90 reais
Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz, Cléo Fante, 224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 3249-0001, 24,90 reais

INTERNET
Download da pesquisa Bullying no Ambiente Escolar, da ONG Plan.
Download da pesquisa Geração Digital, da Universidade de Navarra, Espanha.
Download do Estudo sobre Ações Discriminatórias no Âmbito Escolar, da Fipe e do Ministério da Educação.
Download da cartilha Criança Mais Segura na Internet.
Fonte: Adriana Ramos
http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/forum-duvida-bullying-adriana-ramos-610555.shtml
Inserida por: Dr. Espirito Santo
fonte: Adriana Ramos
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