sexta-feira, 6 de maio de 2011

CAPITÃO NASCIMENTO: DO DESARMAMENTO AO ESTADO TOTALITÁRIO

Bene Barbosa*

Nos últimos dias, a notícia que o ator Wagner Moura, que protagonizou o conhecido filme Tropa de Elite no personagem Capitão Nascimento, iria emprestar sua voz para a campanha de desarmamento pululou em vários jornais e nas redes sociais. Nos jornais, de forma séria e informativa, quase em um tom de festa. Nas redes sociais, grande parte de forma irônica e bem humorada. Chegaram até a propor que aqueles que não compactuam com a campanha chamassem o Chuck Norris para fazer uma campanha contrária e a descrever uma imaginária cena do Capitão Nascimento torturando um cidadão para que ele entregasse sua arma…

Não sei exatamente como foi feita essa negociação entre o governo e o ator, se foi convidado, contratado ou se alistou. Acho até que ele não ganhará nada para fazer tal propaganda, que vale lembrar, é propaganda requentada, aquela que fala em “bala” perdida, como se fosse o cidadão honesto responsável pelos tiroteios entre policiais e criminosos.

Imaginando que nem todos são movidos apenas pelo vil metal e que ele não cobrará por isso, ficaria claro então que o ator Wagner Moura realmente acredita na benesse de tal campanha. Acredita que haverá mais segurança se todos os aposentados e viúvas entregarem suas armas, pois esse é o perfil predominante daqueles que o fazem. Pouco provável que seja isso. Explico.

Relendo algumas velhas entrevistas do Capitão Nascimento, ou melhor, do ator Wagner Moura, é possível com bastante precisão montar um perfil de seu posicionamento ideológico e, acreditem, isso não passa nem perto do pacifismo. Numa entrevista para o jornal Folha de São Paulo em 2007 há um pequeno trecho mais do que revelador, que aqui reproduzo:

"E eu ainda acredito na esquerda, não na boba, utópica, mas em um Estado intervencionista. Acho o liberalismo uma coisa perigosa. Deixar as coisas andarem nas mãos da iniciativa privada é perigoso. O Estado tem que ter poder." Grifos nossos.

Está ai a explicação! Claramente Wagner Moura acredita no desarmamento como a instituição do monopólio da força nas mãos do Estado, onde o cidadão deve ser guiado como uma ovelha pelo onipresente “grande irmão”. Cumpre-nos a obrigação de lembrar ao ator que o perigo maior sempre está exatamente em um Estado que desarma seus cidadãos, que institui o monopólio da força. Isso não acabou nada bem em países como a Alemanha nazista, a antiga URSS ou com o carcomido regime de Fidel Castro.

E qual seria a estratégia do Ministério da Justiça ao convocar o Capital Nascimento? Simples e óbvio: mesmo contra a vontade do ator e dos produtores do filme, o Capitão Nascimento virou um herói nacional, um ídolo para muitos. “Ora, se até o Capitão Nascimento está falando que é melhor entregar, então é melhor mesmo” imaginam eles. Um pensamento típico daqueles que acreditam que estão lidando com uma nação de criancinhas sem capacidade de raciocínio, de distinguir o que é real e o que é cinema! Será que não aprenderam nada mesmo no referendo de 2005?

Pelo que parece, no final das contas é melhor que o governo se desarme, pois sua especialidade ao falar de armas é atirar no próprio pé. Acreditem, nem com saco na cabeça a sociedade brasileira vai abrir mão deste direito.

Bene Barbosa é presidente do Movimento Viva Brasil(http://www.mvb.org.br/)

AUTORIZADA A DISTRIBUIÇÃO E PUBLICAÇÃO DESDE QUE EM SUA ÍNTEGRA

ENQUETE NO SITE DA AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Você concorda com a realização de novo plebiscito sobre a autorização para o comércio de armas e munições?

- Sim, porque a população deve decidir agora com base no alto número de armas ilegais que estão em circulação no País.

- Não, porque a sociedade decidiu em 2005 não proibir esse comércio, e uma nova consulta poderia trazer mais gastos para se chegar a mesma decisão.


A sua privacidade é muito importante para nós.

Caso queira remover este e-mail do recebimento de informativos, acesse o seu cadastro em http://www.mvb.org.br/cadastro, autentique-se, desmarque a caixa de "Quero receber notícias" e salve os dados do seu cadastro.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

BIN LADEN É MORTO EM OPERAÇÃO DOS EUA NO PAQUISTÃO, DIZ OBAMA

Terrorismo

Na TV, presidente americano disse que "a justiça foi feita" e detalhou que Bin Laden foi morto em ação conjunta com o Paquistão

02/05/2011 | 00:20 | Agência Estado, Reuters e G1
atualizado em 02/05/2011 às 03:02

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou no final da noite deste domingo (1) a morte de Osama Bin Laden, líder do grupo extremista islâmico Al-Qaeda e organizador dos atentados terroristas às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York e ao Pentágono, em 11 de setembro de 2001. Caçado desde então pelas forças americanas, Bin Laden foi morto durante operação da CIA, a principal agência de inteligência dos EUA, em uma região montanhosa do Paquistão, próxima à fronteira com o Afeganistão. O corpo do líder da Al-Qaeda, de 54 ano, está em poder das forças americanas.
"A Justiça foi feita", declarou Obama. Conforme descreveu, não houve agentes americanos nem civis paquistaneses feridos durante a operação. "Eles o mataram, e estão em posse de seu corpo."
Obama informou que, ao assumir a Presidência dos EUA, determinou ao então diretor da CIA, Leon Panetta, tratar como sua principal prioridade a tarefa de "matar ou capturar" Bin Laden. Embora tenha destacado agora ser possível "respirar aliviado", advertiu ser ainda missão dos EUA eliminar a Al-Qaeda. "Nós não toleraremos ameaças a nossa segurança nacional nem a nossos aliados. Não há dúvidas que a Al-Qaeda continuará a nos atacar", afirmou. "Quero deixar claro, como o fez o presidente George W. Bush, que a Guerra ao Terror não é contra o Islã. A Al-Qaeda é um destruidor em massa de muçulmanos."
O presidente americano fez questão de agradecer a cooperação das forças paquistanesas, considerada essencial para o sucesso da operação de caça a Bin Laden. Conforme relatou, manteve uma conversa com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, antes de seu anúncio.
A Casa Branca avisou que Obama faria uma declaração à Nação sobre uma "questão de segurança nacional" por volta das 22 horas de domingo (23h, horário de Brasília). Seu discurso estava previsto para meia hora depois. Autoridades preveniram os jornalistas credenciados para "voltar ao trabalho". Pouco depois os principais meios americanos antecipavam a razão, sem mais detalhes. Uma pequena multidão se reuniu em frente aos jardins da Casa Branca, cantando o hino americano, para celebrar a notícia antes mesmo do anúncio de Obama, às 23h30 (0h30, no horário de Brasília).
Bin Laden estava nas listas dos dez principais terroristas procurados pelo FBI antes de 2001, em função dos atentados contra embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, na África. O ataque aos Estados Unidos, há quase dez anos, foi o primeiro desde o bombardeio japonês a Pearl Harbour, no Hawai, em 1941. A operação de 11 de setembro de 2001 envolveu o seqüestro de quatro aviões comerciais, lançados contra as torres do World Trade Center, em Nova York, e a sede do Pentágono, em Arlington. O número de mortos chegou a 2.974, além dos 19 sequestradores.
A resposta do então governo de George W. Bush marcou o início da Guerra ao Terror, que continua em curso. Aliado à Al-Qaeda, o regime do Taliban, no Afeganistão, foi deposto. Operações militares e de inteligência prenderam e mataram líderes e seguidores dos grupos extremistas islâmicos que deram cobertura a Bin Laden e a sua organização. O terrorista de origem saudita negou ter liderado o ataque aos EUA até 2004, quando admitiu sua responsabilidade e informou ter-se inspirado no ataque de Israel a torres de Beirute durante a Guerra do Líbano, em 1982.

Bin Laden nasceu na Arábia Saudita

Bin Laden nasceu na Arábia Saudita em 1957, em uma família de mais de 50 irmãos. Ele era filho do magnata da construção Mohamed bin Laden. Seu primeiro casamento foi com uma prima síria aos 17 anos. Acredita-se que ele tenha tido 23 filhos com ao menos cinco esposas.
Bin Laden utilizou sua fortuna para financiar o Jihad (guerra santa) contra os soviéticos e depois contra os americanos. Em 1973, entrou em contato com grupos islamitas. Após a invasão soviética do Afeganistão em 1979, viajou para este país para combater os invasores com o apoio da CIA, a Agência Central de Inteligência americana. Sua organização, Al-Qaeda ("A Base"), foi fundada em 1988, ou seja um ano antes da retirada soviética do Afeganistão.
Em 1989 voltou à Arábia Saudita. Após o estouro da guerra do Golfo em 1991, ele criticou a família real por ter autorizado o desdobramento de soldados americanos em território saudita, o que o fez ser declarado persona non grata no país.

Instalou-se então no Sudão, onde os serviços americanos de inteligência o acusaram de financiar campos de treinamento de terroristas. Em 1994, foi definitivamente privado da nacionalidade saudita.
Em 1996 o Sudão, submetido à pressões americanas e da ONU, pediu a Bin Laden que fosse embora do país. Ele foi então para o Afeganistão, onde fez funcionar uma dezena de campos de treinamento e lançou apelos contra os Estados Unidos.
A ação mais espetacular que lhe foi atribuída antes do dia 11 de setembro foi um ataque contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quênia, no dia 7 de agosto de 1998, que causou 224 mortos e milhares de feridos.
Em 1999, ele foi incluído na lista da Birô Federal de Investigações americano (FBI) entre as dez pessoas mais procuradas do mundo.
Bin Laden também foi acusado de ter ordenado o ataque contra o navio americano "USS Cole" no Iêmen, que fez 17 mortos em outubro de 2000.
Os Estados Unidos, que o acusam de ter planejado desde o Afeganistão os ataques suicidas de Nova York, Washington e Pensilvânia do dia 11 de setembro, deram início a uma perseguição depois de, em 23 de setembro, as autoridades americanas ofereceram 25 milhões de dólares por qualquer informação que permitisse capturá-lo.
Financiado pelos Estados Unidos, ele lutou ao lado de rebeldes contra tropas soviéticas no Afeganistão nos anos 80, o que acabou levando à criação da Al-Qaeda.

VEJA REAÇÕES AO ANÚNCIO DA MORTE DE OSAMA BIN LADEN

"A justiça foi feita." - Barack Obama, presidente dos Estados Unidos
"A luta contra o terror continua, mas esta noite os Estados Unidos enviaram uma mensagem inconfundível: não importa o quanto demore, a justiça será feita." - George W. Bush, ex-presidente dos Estados Unidos
"Eu congratulo o presidente, a equipe de segurança nacional e os integrantes das nossas forças armadas por terem levado Osama Bin Laden a enfrentar a justiça depois de mais de uma década de ataques sanguinários da al-Qaeda." - Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos
"A morte de Osama Bin Laden não diminui o sofrimento que nova-iorquinos e americanos sofreram em suas mãos, mas é uma vitória criticamente importante para a nossa nação – e um tributo aos milhões de homens e mulheres em nossas forças armadas e em outras partes que lutaram de maneira tão firme pela nossa nação." - Michael Bloomberg, prefeito de Nova York
"Osama bin Laden era responsável pelos piores ataques terroristas que o mundo já viu – por 11 de setembro e por tantos outros ataques que provocaram milhares de mortes, muitas delas britânicas. É uma grande realização que ele tenha sido encontrado e que não possa mais levar adiante sua campanha global de terrorismo." - David Cameron, primeiro-ministro da Grã-Bretanha
No Twitter, celebridades falam sobre a morte de Osama bin Laden
Personalidades americanas comentaram no Twitter a morte de Osama bin Laden, confirmada pelo presidente Barack Obama nesta segunda-feira (2).
A cantora Lady Gaga foi uma das primeira a se manifestar. "Acabo de pousar. Assistindo a CNN, o que é um momento histórico na luta contra o ódio", escreveu a artista em sua conta no microblog.
A cantora Katy Perry também deixou mensagem no Twitter. "Eu acredito na justiça ... mas não acham que olho por olho pode tornar o mundo cego? paz no mundo revolução através do amor"
Will.I.Am, líder da banda Black Eyed Peas, contou no microblog que estava fora dos Estados Unidos assistindo ao pronunciamento do presidente Obama. "Eu estou na Coréia agora assistindo à CNN e eu acabo de ouvir que Osama bin Laden está morto".
Obama informou que, ao assumir a Presidência dos EUA, determinou ao então diretor da CIA, Leon Panetta, tratar como sua principal prioridade a tarefa de "matar ou capturar" Bin Laden. Embora tenha destacado agora ser possível "respirar aliviado", advertiu ser ainda missão dos EUA eliminar a Al-Qaeda. "Nós não toleraremos ameaças a nossa segurança nacional nem a nossos aliados. Não há dúvidas que a Al-Qaeda continuará a nos atacar", afirmou. "Quero deixar claro, como o fez o presidente George W. Bush, que a Guerra ao Terror não é contra o Islã. A Al-Qaeda é um destruidor em massa de muçulmanos."
O presidente americano fez questão de agradecer a cooperação das forças paquistanesas, considerada essencial para o sucesso da operação de caça a Bin Laden. Conforme relatou, manteve uma conversa com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari,
============================================================
Fonte: Gazeta do Povo – 02.05.2011 – WWW.gazetadopovo.com.br